Salve, medievalistas e
apreciadores de hidromel!
Chegamos ao quarto hidromel deste ano de 2017, e o décimo (!!!) desde que começamos essa empreitada de experimentar um
hidromel brasileiro por mês.
E o décimo hidromel de nossa
coluna é o Philip Mead, de Hortolândia/SP!
Ainda não conhece a nossa coluna
de hidroméis? Veja aqui! Nossa proposta, inaugurada em julho/2016, é provar e avaliar um hidromel
brasileiro por mês, sempre acompanhado de um prato de culinária medieval, além
de produzir belas fotos para divulgar os produtores e incentivar nossos
leitores a experimentarem também.
Aliás, se você não sabe o que é
hidromel, veja aqui nosso artigo com um pouco da história dessa fantástica
bebida.
As primeiras safras do Philip
Mead foram produzidas em Hortolândia/SP em 2015, mas a comercialização começou
apenas em 2016. O produtor conta que a motivação para fabricar sua própria
bebida veio após provar um hidromel que não lhe agradou num evento medieval.
Se você acompanha o Cena Medieval
há um tempo, talvez tenha acompanhado as eleições que promovemos, para eleger os
melhores hidroméis de 2016 na opinião da redação e de nossos leitores. À época,
o Philip Mead ainda não havia participado da coluna, de forma que não entrou no
páreo para a eleição de melhor hidromel segundo a redação (entrará na deste
ano), mas foi um dos hidroméis favoritos de nossos leitores (veja aqui o post
com o resultado), ficando em terceiro lugar em meio a uma lista de mais de
vinte rótulos nacionais!
Isso certamente aguçou nossa
curiosidade para experimentá-lo, e aqui estamos nós!
A experiência
Para acompanhar o Philip Mead,
preparamos um lombo de boi assado, previamente marinado em vinho tinto, com
pimenta, cravos e gengibre. Uma receita que retiramos de Das Kochbuch der Sabina Welserin (O Livro de Receitas de Sabina
Welserin), uma compilação de receitas datada pela autora em 1553, e que é
considerada uma das poucas fontes primárias da história da cozinha germânica.
Preparamos também uma receita
italiana, própria para um banquete medieval, de cogumelos refogados com cebola,
temperados com pimenta, gengibre, noz-moscada e coentro.
Para completar a mesa, uma boa
peça de ricota temperada e tortinhas de morango com vinho, cuja receita também
retiramos do livro de Sabina Welserin, citado acima.
Partindo para o hidromel, é
bacana comentar que as garrafas são seladas com cera de abelha, de forma que a
experiência medieval começa antes mesmo de experimentarmos a bebida. A cera
exala um agradável aroma que lembra algo entre o mel e a própolis.
Das variedades fabricadas pelo
produtor, experimentamos o Sweet Mead (hidromel doce ou suave).
O produtor recomenda que ele seja
degustado em uma temperatura próxima de 18º C, então obviamente foi o que
fizemos, para aproveitar todos os aromas complexos. E o aroma da bebida em si lembra
muito o mel, com um toque floral, além de já anunciar sutilmente a elevada
graduação alcoólica.
A apresentação da bebida é
excelente: cor bem dourada e ótima clarificação. Não apresenta nenhuma
carbonatação.
No paladar, é um hidromél de
corpo médio, aveludado e moderadamente licoroso. Após engolir, o sabor do mel
permanece bem na boca, assim como as sensações dos aromas, num retrogosto bem
agradável.
A classificação como hidromel
doce é acertada, pois a doçura é bem pronunciada, de forma que quase não se
percebe no paladar a elevada graduação alcoólica (14%). Ou seja, mais um
hidromel perigoso, que te deixa alegre sem nem sentir. Desce fácil, ainda mais
nas temperaturas mais baixas que experimentamos aqui em São Paulo nessa última
semana.
A harmonização com os pratos que
preparamos ficou ótima, especialmente no que diz respeito ao queijo e às tortas
de morango. Fica aqui a recomendação, tanto dos pratos quanto da bebida,
especialmente se você aprecia um hidromel bem aromático, intenso e encorpado.
Ficamos curiosíssimos sobre as versoes seca e demi-sec do Philip Mead – certamente experimentaremos em breve.
Dados técnicos
O Philip Mead é produzido com mel
silvestre proveniente de Brotas/SP. O produtor conta que os enxames são instalados
em meio à mata atlântica, onde a grande variedade de vegetação resulta em um
mel bastante complexo e encorpado.
A fermentação dura em média 30
dias, após o que o hidromel é maturado durante 10 meses. A levedura utilizada é
de um tipo importado, específico para produção de hidromel.
A graduação alcoócia é de 14%.
Os ingredientes são apenas mel,
água e levedura, uma produção 100% artesanal, sem aditivos químicos. Ainda não
há versões com adição de outros ingredientes (como melomel e metheglin), mas o
produtor conta que há pouco tempo comercializou uma edição especial deste mesmo
hidromel suave maturado em carvalho que esgotou muito rápido e ele já está
produzindo mais!
O valor da garrafa (500ml) é de
34,90.
Página do Philip Mead no
facebook:
Além do hidromel, a Philip Mead
Store vende toucas de temática medieval em crochê!
E você, já experimentou o Philip
Mead? Comente o que achou!
Veja também os outros rótulos que já experimentamos nesta coluna:
Julho/2016 – Bee Gold, de Sorocaba/SP
Agosto/2016 – Velho Oeste, de Xanxerê/SC
Setembro/2016 – Alfheim, de Cachoeirinha/RS
Outubro/2016 – Ferroada, de Contagem/MG
Novembro/2016 – Hahn, de Dois Irmãos/RS
Fevereiro/2017 – OldPony, de Mogi-Guaçu/SP
Março/2017 – Corvo Caolho, de São Caetano do Sul/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário sobre este artigo