sábado, 29 de abril de 2017

Abril/2017 – Hidromel Philip Mead

Salve, medievalistas e apreciadores de hidromel!

Chegamos ao quarto hidromel deste ano de 2017, e o décimo (!!!) desde que começamos essa empreitada de experimentar um hidromel brasileiro por mês.


E o décimo hidromel de nossa coluna é o Philip Mead, de Hortolândia/SP!

Ainda não conhece a nossa coluna de hidroméis? Veja aqui! Nossa proposta, inaugurada em julho/2016, é provar e avaliar um hidromel brasileiro por mês, sempre acompanhado de um prato de culinária medieval, além de produzir belas fotos para divulgar os produtores e incentivar nossos leitores a experimentarem também.

Aliás, se você não sabe o que é hidromel, veja aqui nosso artigo com um pouco da história dessa fantástica bebida.



As primeiras safras do Philip Mead foram produzidas em Hortolândia/SP em 2015, mas a comercialização começou apenas em 2016. O produtor conta que a motivação para fabricar sua própria bebida veio após provar um hidromel que não lhe agradou num evento medieval.


Se você acompanha o Cena Medieval há um tempo, talvez tenha acompanhado as eleições que promovemos, para eleger os melhores hidroméis de 2016 na opinião da redação e de nossos leitores. À época, o Philip Mead ainda não havia participado da coluna, de forma que não entrou no páreo para a eleição de melhor hidromel segundo a redação (entrará na deste ano), mas foi um dos hidroméis favoritos de nossos leitores (veja aqui o post com o resultado), ficando em terceiro lugar em meio a uma lista de mais de vinte rótulos nacionais!

Isso certamente aguçou nossa curiosidade para experimentá-lo, e aqui estamos nós!

A experiência


Para acompanhar o Philip Mead, preparamos um lombo de boi assado, previamente marinado em vinho tinto, com pimenta, cravos e gengibre. Uma receita que retiramos de Das Kochbuch der Sabina Welserin (O Livro de Receitas de Sabina Welserin), uma compilação de receitas datada pela autora em 1553, e que é considerada uma das poucas fontes primárias da história da cozinha germânica.


Preparamos também uma receita italiana, própria para um banquete medieval, de cogumelos refogados com cebola, temperados com pimenta, gengibre, noz-moscada e coentro.


Para completar a mesa, uma boa peça de ricota temperada e tortinhas de morango com vinho, cuja receita também retiramos do livro de Sabina Welserin, citado acima.


Partindo para o hidromel, é bacana comentar que as garrafas são seladas com cera de abelha, de forma que a experiência medieval começa antes mesmo de experimentarmos a bebida. A cera exala um agradável aroma que lembra algo entre o mel e a própolis.


Das variedades fabricadas pelo produtor, experimentamos o Sweet Mead (hidromel doce ou suave).

O produtor recomenda que ele seja degustado em uma temperatura próxima de 18º C, então obviamente foi o que fizemos, para aproveitar todos os aromas complexos. E o aroma da bebida em si lembra muito o mel, com um toque floral, além de já anunciar sutilmente a elevada graduação alcoólica.


A apresentação da bebida é excelente: cor bem dourada e ótima clarificação. Não apresenta nenhuma carbonatação.


No paladar, é um hidromél de corpo médio, aveludado e moderadamente licoroso. Após engolir, o sabor do mel permanece bem na boca, assim como as sensações dos aromas, num retrogosto bem agradável.


A classificação como hidromel doce é acertada, pois a doçura é bem pronunciada, de forma que quase não se percebe no paladar a elevada graduação alcoólica (14%). Ou seja, mais um hidromel perigoso, que te deixa alegre sem nem sentir. Desce fácil, ainda mais nas temperaturas mais baixas que experimentamos aqui em São Paulo nessa última semana.


A harmonização com os pratos que preparamos ficou ótima, especialmente no que diz respeito ao queijo e às tortas de morango. Fica aqui a recomendação, tanto dos pratos quanto da bebida, especialmente se você aprecia um hidromel bem aromático, intenso e encorpado.




Ficamos curiosíssimos sobre as versoes seca e demi-sec do Philip Mead – certamente experimentaremos em breve.

Dados técnicos


O Philip Mead é produzido com mel silvestre proveniente de Brotas/SP. O produtor conta que os enxames são instalados em meio à mata atlântica, onde a grande variedade de vegetação resulta em um mel bastante complexo e encorpado.


A fermentação dura em média 30 dias, após o que o hidromel é maturado durante 10 meses. A levedura utilizada é de um tipo importado, específico para produção de hidromel.

A graduação alcoócia é de 14%.


Os ingredientes são apenas mel, água e levedura, uma produção 100% artesanal, sem aditivos químicos. Ainda não há versões com adição de outros ingredientes (como melomel e metheglin), mas o produtor conta que há pouco tempo comercializou uma edição especial deste mesmo hidromel suave maturado em carvalho que esgotou muito rápido e ele já está produzindo mais!

O valor da garrafa (500ml) é de 34,90.

Página do Philip Mead no facebook:


Além do hidromel, a Philip Mead Store vende toucas de temática medieval em crochê!


 Um ótima ideia para incrementar as nossas mesas de RPG nesse inverno, não?


E você, já experimentou o Philip Mead? Comente o que achou!


Veja também os outros rótulos que já experimentamos nesta coluna:


Julho/2016 – Bee Gold, de Sorocaba/SP

Agosto/2016 – Velho Oeste, de Xanxerê/SC

Setembro/2016 – Alfheim, de Cachoeirinha/RS

Outubro/2016 – Ferroada, de Contagem/MG

Novembro/2016 – Hahn, de Dois Irmãos/RS

Dezembro/2016 – Triple Horn, de São Paulo/SP

Janeiro/2017 – Cervantes, de Maringá/PR

Fevereiro/2017 – OldPony, de Mogi-Guaçu/SP

Março/2017 Corvo Caolho, de São Caetano do Sul/SP

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