Salve, medievalistas e apreciadores de hidromel!
Esta é a segunda resenha de 2017 em nossa coluna de hidroméis, e a
oitava desde que demos espaço a essa iniciativa de falar de hidromel no blog,
em junho de 2016.
Os leitores do Cena Medieval provavelmente já estão ficando acostumados
com nossa proposta nessa coluna, que é falar de um hidromel brasileiro por mês,
sempre acompanhado de um prato de culinária medieval. E o hidromel deste mês é
o OldPony, de Mogi-Guaçu/SP!
Notou o cenário diferente na foto de capa do artigo?
Pois é, este mês decidimos sair da nossa taverna em São Paulo, atendendo
ao convite do pessoal do Cozinha dos Tronos, de Atibaia!
O Cozinha dos Tronos é um canal do Youtube que se dedica a resgatar e
ensinar receitas medievais históricas, bem como algumas inspiradas em cenários
medievais fantasiosos como O Senhor dos
Anéis, Game of Thrones e World of Warcraft, sempre de forma
acessível e do modo mais artesanal possível. Uma iniciativa de Vinicius Caldas
(apresentador), Guilherme Albero e Alexandre Oliveira.
E se você ainda não conhece a nossa coluna de hidroméis, veja aqui a
lista completa com todos os artigos que já publicamos sobre essa maravilhosa
bebida, incluindo a resenha de vários rótulos nacionais.
O OldPony é produzido em Mogi-Guaçu desde meados de 2013. Alexandre
Peligrini, um dos produtores, conta que ficou desempregado naquele ano e,
enquanto buscava uma recolocação no mercado de trabalho, adotou um novo hobby,
comprando seu primeiro equipamento cervejeiro.
Estudando o processo de produção da cerveja, ele descobriu uma loja que
vendia insumos para a produção de hidromel, o que foi uma surpresa, pois até
então achava que o produto era apenas uma lenda. Comentando sobre essa
"descoberta" num grupo de amigos, foi desafiado a produzir um lote
para experimentação, e daí o resto vocês podem imaginar.
OldPony: O Melhor Hidromel de 2016 segundo os leitores do Cena Medieval
Pra quem não sabe, o Cena Medieval promoveu agora no começo do ano uma
enquete para saber qual era o hidromel favorito de seus leitores, dada a
importância do hidromel para o medievalismo no Brasil (como explicamos em nosso
artigo sobre a história do hidromel – veja aqui –, ele não é exatamente
uma bebida medieval, mas é por excelência a bebida dos medievalistas no Brasil).
E o OldPony ficou em primeiro lugar nesta enquete, com 33,2% dos votos –
você pode ver aqui o nosso post com o resultado completo.
No começo do ano que vem deveremos eleger o Melhor Hidromel de 2017, e
dessa vez o OldPony concorrerá não apenas na categoria de Escolha dos Leitores,
mas também na Escolha da Redação, visto que está entrando na lista de hidroméis
provados por nós este ano.
Por fim, o OldPony não apenas ficou em primeiro lugar na escolha dos
leitores, como também é atualmente o maior apoiador do Cena Medieval (como
vocês podem conferir pelo banner “pequeno” que aparece no topo assim que vocês
entram no blog). Então se vocês curtem o conteúdo que produzimos aqui no blog,
coloquem o OldPony entre suas opções na próxima vez que forem comprar uma garrafa
de hidromel, e indiretamente vocês estarão apoiando o Cena Medieval também ;)
Novamente, um pouquinho de literatura
Talvez vocês se lembrem do Ferroada, o hidromel de Outubro/2016 da nossa
coluna, cujo nome é uma homenagem e uma referência direta à obra de J. R. R.
Tolkien (relembre aqui nossa experiência com o Ferroada).
E agora, pela segunda vez, estamos falando de um hidromel cujo nome e
rótulo homenageia o grande pai da literatura fantástica moderna.
O nome OldPony (Velho Pônei, em inglês) é uma referência à taverna Pônei
Saltitante, um local importante nos dois livros mais famosos sobre a Terra
Média. É nessa taverna, localizada na vila de Bri, a leste do Condado, que
Gandalf e Thorin se encontram “por acaso” no começo da história contada em O Hobbit, e é aqui também que Frodo pára
numa noite em seu caminho para Valfenda e acidentalmente coloca o Anel,
atraindo a atenção dos Espectros, consequentemente conhecendo e sendo salvo por
Aragorn.
Eu não bebo metade das garrafas de hidromel a metade das vezes que gostaria, e eu gosto de mais da metade dos hidroméis a metade do que eles merecem! |
Alexandre Peligrini, um dos produtores do OldPony, é fã declarado de
Tolkien e explica que eles buscaram uma forma de homenagear a obra do autor,
bem como ter uma marca mais neutra em relação à origem do produto, haja vista que muitos produtores buscam vincular seus nomes à mitologia nórdica.
A experiência
Para acompanhar o OldPony, preparamos junto com o Cozinha dos Tronos um
Porco Gratinado. A receita que utilizamos foi inspirada numa receita do
recheiro de uma torta medieval chamada Mylates
of Pork, que é uma das muitas variações de tortas medievais de porco, e
está registrada no Forme of Cury, que
por sua vez é uma coleção de receitas medievais do século XIV, cujos autores
são supostamente os mestres cozinheiros do Rei Ricardo II da Inglaterra.
Para contribuir com a refeição, além do hidromel OldPony, levamos também
uma porção de Chucrute, que é uma conserva de repolho fermentado consumida na
Europa desde antes da Idade Média, especialmente pelos povos de cultura
germânica (como explicamos mais detalhadamente em nossa resenha do hidromel
Hahn – veja aqui!).
Como sempre, das variedades de hidromel que o produtor nos apresentou,
começamos pela mais seca (Dwarfic).
O OldPony é um hidromel de aroma sutil e delicado. A coloração é dourada e bem translúcida, sinal de uma clarificação bem competente. Ele não apresenta nenhuma carbonatação, não formando espuma quanto é servido.
Apesar da alta graduação alcoólica (13%), comparável a vinhos fortes,
você não sente o álcool no paladar (dá pra ficar bêbado sem nem perceber), mas
também não apresenta doçura.
Quanto à versão suave (Elfic), os mesmos comentários podem ser feitos:
sem carbonatação, cor dourada e translúcida (embora um pouco menos que o seco)
e a mesma graduação alcoólica, de 13%. A grande diferença é a doçura, aqui bem
mais presente – mas ainda assim, nem de longe tão doce quanto outros hidroméis
suaves que já provamos. De fato, poderia facilmente ser classificado como um
demi-sec, utilizando mais uma vez a nomenclatura dos vinhos.
A harmonização do OldPony com o Porco Gratinado foi sensacional.
Recomendamos que vocês experimentem, é uma receita bem fácil de preparar, e não
deixem de usar o Pó Forte (que o Cozinha dos Tronos também ensina a fazer), que
dá o toque especial à receita.
Tudo que temos que decidir é quando beber a garrafa de hidromel que nos é dada. |
Dados técnicos
O mel utilizado na produção do OldPony é predominantemente de laranjeira. O
produtor gosta de ressaltar que todo o mel utilizado é produzido na cidade de
Mogi-Guaçu ou região.
A fermentação dura aproximadamente 40 dias e a maturação cerca de 11 meses, completando assim um ano no processo completo de produção. São utilizadas leveduras de vinho.
A fermentação dura aproximadamente 40 dias e a maturação cerca de 11 meses, completando assim um ano no processo completo de produção. São utilizadas leveduras de vinho.
A graduação alcoólica é de 13% para as duas variedades.
(informações do produtor)
O valor da garrafa é em torno de R$ 40,00 no varejo, podendo chegar a R$
30 no atacado (você pode encontrá-lo no site http://www.majorbirita.com.br/, que distribui para todo o país).
Site oficial do Oldpony e página no facebook:
Veja o episódio completo, aprenda a fazer o Porco Gratinado e de quebra
confira nosso bate-papo com o Cozinha dos Tronos:
Agradecemos ao pessoal do Cozinha dos Tronos pelo convite! Quem sabe não repetimos a experiência em breve ;)
O OldPony também é o fornecedor exclusivo de hidromel das hamburguerias
Taverna Medieval em São Paulo/SP (sobre a qual já falamos aqui no Cena Medieval
– veja aqui o post!) e VikingsBurger em Guarulhos/SP.
Será que Elrond nos chamaria de A Sociedade do Hidromel? |
E você, já experimentou o OldPony? Deixe sua opinião nos comentários!
Veja também os outros rótulos que já experimentamos nesta coluna:
Julho/2016 – Bee Gold, de Sorocaba/SP
Agosto/2016 – Velho Oeste, de Xanxerê/SC
Setembro/2016 – Alfheim, de Cachoeirinha/RS
Outubro/2016 – Ferroada, de Contagem/MG
Novembro/2016 – Hahn, de Dois Irmãos/RS
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