Fotos por
Sergio Scarpelli
Karen Wendy
Rodrigo Rusnak
Mara Pintor
Vladimir Bedin
Sergio Scarpelli
Karen Wendy
Rodrigo Rusnak
Mara Pintor
Vladimir Bedin
Salve, amantes de cultura antiga e medieval!
Neste final de semana aconteceu no município de Várzea Paulista (SP) a Feira
Entre Mundos.
Trata-se da terceira edição do evento. As duas primeiras aconteceram em
2013 e 2014 e, após o hiato de 2015, o evento retornou este ano, novamente na
Associação Desportiva Cica.
“A Feira Entre Mundos é um
festival cultural que homenageia a arte, a cultura e a sabedoria proveniente
dos povos antigos, retratando de forma lúdica, parte da história da
humanidade.”
Este era o parágrafo que introduzia o texto de apresentação do programa
impresso entregue aos convidados na entrada do evento.
Além do caráter cultural, a Feira Entre Mundos tinha a proposta de
promover a interação entre homem e natureza. Dessa forma, parte da receita do
evento foi destinada à instituição ambiental Associação Mata Ciliar, que
desenvolve um trabalho de cuidado da fauna e flora silvestre da região.
O valor do ingresso era de R$ 60,00, sendo que o benefício da
meia-entrada (R$ 30,00) foi concedido não apenas aos estudantes, mas também a
todos que fizessem uma doação de algum dos itens da lista de necessidades da
Associação Mata Ciliar. Ou seja, um valor de ingresso bem acessível,
considerando o grande número de atrações do evento.
Atrações que, por sinal, foram divididas pelo longo período de
aproximadamente 15 horas – das 11h da manhã de sábado às 04h da madrugada de
domingo – dividido em duas partes. Durante o dia, a feira propriamente dita,
com atrações culturais e artísticas, palestras, espaço de gastronomia e de
artesanatos; durante a noite, apresentação de diversas bandas, a maioria de
metal.
Primeira parte do evento – Feira Cultural e Familiar
Como o nome já diz, a parte principal do evento é uma grande feira. Ao
chegar, os participantes podiam passar um bom tempo transitando entre o grande
número de tendas com variados tipos de artesanato, em geral relacionados à
temática antiga, medieval ou mística.
Em geral, os eventos medievais atraem um público jovem/adulto e
diretamente relacionado à cultura nerd/geek, pois estes são os principais
consumidores de literatura e cinema de temática medieval ou fantástica. A
primeira parte Feira Entre mundos, contudo, atraiu um público mais
diversificado e familiar, como costuma ver em feiras culturais regionais. Além
disso, a Entre Mundos é um evento que procura invocar não apenas a cultura
medieval, mas também culturas bem mais antigas.
A maior parte das atrações aconteceu no quiosque principal. Houve apresentações
de dança de diferentes estilos, artes marciais japonesas, luta medieval, apresentações
musicais e até uma versão da peça de teatro (musical) Noites Celtas, baseada na
lenda de Deirdre e Naois.
Paralelamente, havia uma sala para palestras, onde se falou sobre temas
como instrumentação da música celta, cultura cigana e desmistificação da Idade
Média.
E nas áreas externas, diversas atividades como arco e flecha, swordplay, exposição de aves de rapina e jogos de tabuleiro.
De forma geral, foi tudo muito bem organizado. Houve pequenos atrasos no
cronograma inicialmente estipulado pela organização, mas nada demais,
especialmente considerando o grande número de atrações, muitas delas
acontecendo simultaneamente em diferentes espaços dentro do evento. Apesar do
calor e sol forte, havia bastante espaço com sombra, especialmente a área do
quiosque principal, onde aconteceram a maioria das apresentações artísticas.
Samhain e a queima do Homem de Palha
A data para realização do evento, no finalzinho de outubro, não foi
escolhida por acaso.
O Samhain é o festival do ano novo celta, marcando o fim da estação de colheita
e o início do inverno, que no hemisfério norte acontece na transição entre
outubro e novembro. Embora estejamos no hemisfério sul, a tradição celta é
essencialmente europeia, de modo que replicá-la por aqui faz mais sentido nessa
época mesmo.
E além de marcar o fim das colheitas, o Samhain era supostamente visto
na tradição celta como um tempo de transição, quando a fronteira entre este
mundo e o Outro poderia ser mais facilmente atravessada, de forma que os seres
espirituais podiam vir mais facilmente e serem vistos.
No século IX, o cristianismo ocidental mudou a data do Dia de Todos os
Santos (All Saint’s Say), que antes
ocorria em maio, para 1º de Novembro, e mais tarde o dia 2 de Novembro passou a
ser o Dia das Almas (All Soul’s Day)
– o Dia de Finados no Brasil. Com o tempo, o Samhain celta e o Dia de Todos os
Santos cristão se fundiram no Halloween moderno (com efeito, a palavra Halloween é uma contração de All Hallows’ Evening, ou Noite de Todos
os Santos).
O Wicker Man (Homem de Palha),
por sua vez, é uma efígie que supostamente era queimada em rituais pelos
Druidas (sacerdotes do paganismo celta). Dessa forma, o Homem de Palha, que já
havia servido de alvo no estande de arquearia durante o dia inteiro, foi
queimado enquanto a multidão assistia, marcando o fim da primeira parte do
evento. E não sem uma boa dose de espetáculo, pois a labareda que começou o
fogo foi cuspida por um artista pirófago.
Segunda Parte do evento – Noite de Folk Metal
A Tailten, primeira banda a se apresentar na noite, é um grupo de música
tradicional irlandesa, o que foi um excelente encerramento para as festividades
do dia, pois toda essa tradição celta que o evento procurou invocar é especialmente
viva na Irlanda.
O restante da noite, contudo, foi dominado por bandas de um estilo bem
mais pesado, fazendo que com a segunda parte do evento parecesse mais um
festival de bandas de folk metal.
A música folk é aquela que traz algum elemento folclórico, seja na
sonoridade ou na temática das letras. O folk
metal, por sua vez, é a mistura do heavy
metal com a música folk, e por vezes recebe denominações ainda mais
específicas como pagan metal ou celtic metal.
As bandas de metal que se apresentaram na noite do Entre Mundos estão
justamente neste espectro: Dark Inquisition (pagan metal), Sigfadhir (pagan
metal), Opus (celtic black metal) e Ensiferum Tribute (folk metal).
Alternando com as apresentações das bandas, houve também durante a noite
intervenções de Tribal Fusion, feitas por um grupo de danças étnicas.
Ou seja, a primeira e a segunda parte do evento foram bem diferentes,
constituindo uma festa diversificada que atendeu a no mínimo dois tipos de
público – o público familiar na primeira parte, e o público jovem do metal na
segunda. Esperamos que a Feira Entre Mundos se repita ainda por muitos anos com
essa bela proposta.
E você, esteve na Entre Mundos? Comente o que achou do evento!
Veja também aqui no Cena Medieval:
Calendário Cena Medieval – Saiba quando e onde acontecem todos os eventos do meio
medieval brasileiro!
Primeira vez que compareço ao evento e adorei,com certeza irei nos anos seguintes!!!
ResponderExcluirBela matéria Skald,fotografias impecáveis! 😍
Meu primeiro ano no evento e amei! Tudo muito organizado, comidas e bebidas deliciosas, a feira com artesanatos lindos, é o som fantástico, fiquei ate o final e valeram todos os momentos, ano q vem estarei lá, com certeza! Parabéns pela linda matéria!
ResponderExcluirAdorei o evento. A Feira Entre Mundos é fantástica! O melhor evento medieval que já fui!
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