Fotos por Sergio Scarpelli
Salve, medievalistas e folkers!
Neste último final de semana aconteceu a edição especial da Folk Fair,
dividida nos dias 5 e 6 de Novembro, tendo como atração principal as
apresentações da Faun.
Foram as primeiras apresentações da banda alemã no Brasil, e o evento
contou, nos dois dias, com a abertura de excelentes nomes do cenário
brasileiro.
Não conhece a Faun? Trata-se de um grupo alemão que mistura música
moderna com folk antigo, medieval, celta e nórdico. Veja aqui nosso artigo
contando um pouco da história e falando mais sobre o inusitado estilo da banda.
A Folk Fair é um evento que vem acontecendo cerca de duas vezes por ano
desde 2014 (em junho deste ano tivemos a Folk Fair VI), e esta edição de
novembro foi uma edição especial, dividida em dois dias, tendo como principal
atração em ambos a Faun.
Primeiro dia – Clash club (São Paulo/SP)
No primeiro dia, os shows ocorreram na Clash Club. A casa, localizada no
bairro da Barra Funda, em São Paulo/SP, já é conhecida do público do meio
medieval e folk paulista, pois foi o local de realização das últimas edições do
Odin’s Krieger.
Pessoal já animado na fila! |
A primeira banda do dia foi o grupo mineiro Taverna.
Eu ainda não os havia visto ao vivo, e fiquei impressionado com a
qualidade musical da apresentação. Trata-se de um grupo formado em Belo
Horizonte, em 2013, com a proposta de “interpretar
e investigar a sonoridade celta e medieval, recriando versões num clima de
cantigas de taberna”.
O repertório foi composto de elementos como a antiga canção de bordo Drunken Sailor e a bela Òran na Cloiche, uma canção folclórica
escocesa (cantada em gaélico escocês!) que foi a música do primeiro clipe da
banda (procurem no youtube, vale a pena assistir).
A seguir, veio a apresentação do Taberna Folk.
Eu falo tanto do Taberna aqui no blog que tenho até medo de parecer
repetitivo, mas eles merecem cada elogio feito, além de serem um elemento
essencial do cenário folk e medieval no Brasil. A apresentação deles foi ótima
como sempre, animando muito o público presente.
Pra quem não conhece, o Taberna é um grupo de música folk europeia
formado em 2008 na cidade de Cosmópolis/SP, que abrange em seu repertório desde
canções medievais até temas mais modernos que estão de alguma forma
relacionados com a temática medieval ou com o folclore europeu, com utilização de diversos instrumentos antigos e algumas vezes exóticos. Uma das últimas
adições ao repertório (e que foi executada neste show), por exemplo, é a canção
Lady in Black, um cover da banda
inglesa Uriah Heep, que fala de um homem vagando depois da guerra e encontrando
uma deusa que o consola.
E falando em guerra, depois do Taberna entrou em cena o grupo de
combates medievais Ordo Draconis Belli, que fez sua apresentação de luta no
meio da pista.
E durante as apresentações das bandas de abertura e de luta, alguns dos
membros da Faun transitaram pela pista e na entrada da Clash, sendo muito
simpáticos, dando autógrafos e tirando fotos com os fãs.
A Faun é uma das bandas mais importantes no cenário folk na Europa. Foi
formada em 2002 e tem sua sonoridade baseada em instrumentos antigos como harpa
celta, viela de roda, nickelharpa, gaita de foles, entre outros. As letras
recorrem a temáticas pagãs e de ligação com a natureza. O próprio nome da banda
vem da criatura Fauno, presente na mitologia greco-romana, que frequentemente é
descrito como um espírito da floresta.
A apresentação propriamente dita começou pouco antes das 20h e durou
cerca de duas horas.
Apesar de a banda ter lançado em 2016 seu nono álbum de estúdio (Midgard), apenas uma canção dele foi
tocada, e o show abrangeu bem mais canções de trabalhos anteriores,
especialmente o álbum Eden, de 2011,
que teve cinco de suas músicas revisitadas (sendo que a apresentação teve
quatorze canções no sábado e dezesseis no domingo). Veja aqui a setlist completa executada no sábado.
Fiona |
Oliver |
Katja |
Niel |
Stephan |
Rüdiger |
Oliver, o líder da banda, interagiu bastante com o público. Um dos
momentos mais notáveis foi a preparação para a canção Walpurgisnacht, do álbum Luna, de 2014. Essa canção fala de um
festival que no folclore germânico é tido como uma noite de encontro de bruxas
no início da primavera, e a banda incentivou que o público participasse e fizesse
coro durante o refrão.
O número de pessoas presentes acabou sendo bem inferior à capacidade
máxima da casa, o que por um lado gerou um grande espaço vazio na pista e no
mezanino, mas por outro permitiu essa aproximação mais intimista da banda, com
os membros andando pelo local, dando autógrafos e tirando fotos, algo que
talvez não fosse possível se o espaço estivesse lotado. Mas o público presente,
embora não tão volumoso, certamente marcou a banda com o entusiasmo e a
animação que são típicos dos brasileiros.
"O Brasil ama Faun", é a frase que, em alemão, estampou o presente dado por alguns fãs à banda |
Segundo dia – Centro de Eventos Pedro Bortolosso (Osasco/SP)
Já no segundo dia os shows aconteceram no mesmo local onde normalmente
acontece a Folk Fair, em Osasco.
Dessa vez o Taberna Folk foi a primeira banda, repetindo a qualidade da
apresentação do dia anterior, apesar do menor tempo de palco.
Taberna Folk e Faun! |
A seguir, subiram ao palco os animados integrantes do Terra Celta.
O Terra Celta é um grupo formado em Londrina (PR) em 2005, que compõe
canções com inspiração na sonoridade celta irlandesa e letras em português,
frequentemente humorísticas.
E assim como a Faun e o Taberna Folk, o Terra Celta compõe sua sonoridade folk pela utilização de diversos instrumentos, como violino, gaite de foles, nyckelharpa, bouzouki, acordeão, viela de roda, (entre outros), além da tríade instrumental do rock: guitarra, baixo e bateria.
E assim como a Faun e o Taberna Folk, o Terra Celta compõe sua sonoridade folk pela utilização de diversos instrumentos, como violino, gaite de foles, nyckelharpa, bouzouki, acordeão, viela de roda, (entre outros), além da tríade instrumental do rock: guitarra, baixo e bateria.
Durante a apresentação, o vocalista Elcio Oliveira comentou que aquela
certamente seria a primeira noite no Brasil em que o público poderia ver duas
apresentações com nyckelharpa. Com efeito, a nyckelharpa – que é tocada por
Elcio no Terra Celta e por Oliver na Faun – é um instrumento de corda
friccionada (parente do violino) tradicional da Suécia e ainda bem exótico para
nós aqui no Brasil.
Por conta de alguns atrasos, as apresentações das bandas de abertura
acabaram sendo um pouco mais curtas do que o previsto, e acabou não acontecendo
a apresentação do grupo de danças medievais Draumur.
E pouco depois das 21h começou a apresentação da Faun, indo até pouco
depois das 23h. A setlist foi basicamente a mesma do dia anterior, com a adição
das canções Diese kalte Nacht e Ne Aludj El, no começo e no final da
apresentação, respectivamente.
Oliver e a tal da nyckelharpa |
O público presente foi em boa parte o mesmo do dia anterior, pois muitas
pessoas que adquiriram o ingresso para o primeiro dia ganharam promocionalmente
o ingresso para o segundo.
Enfim, os dois dias de apresentação foram muito bons. Até poucos anos
atrás, a perspectiva de uma banda como a Faun vir para o Brasil era
praticamente inexistente, mas o cenário medieval e folk que se formou no país
nos últimos anos tornou isso possível. A banda parece ter gostado bastante da
experiência entre os fãs brasileiros e prometeu voltar em breve. Tomara J
Veja também aqui no Cena Medieval:
Faun, nosso artigo dedicado exclusivamente a falar sobre a banda (o
primeiro da seção de bandas do Cena Medieval a falar de um grupo estrangeiro)
Folk Fair Especial, nosso artigo publicado pouco menos de um mês antes
do evento, contando nossas expectativas
Taberna Folk, nosso artigo contando um pouco da trajetória e
curiosidades sobre a banda
Ordo Draconis Belli, nosso artigo contando quem são esses guerreiros que
fazem apresentações de luta em tantos eventos do meio medieval
Esse show foi o melhor show da minha vida! As banda Taverna de BH e Taberna Folk de Cosmópolis fizeram jus a abertura do da apresentação de Faun, sem contar a interação com o público e a energia das pessoas, todas lindas, fiz muitas amizades e tenho muita gratidão pelos organizadores do evento que me conectaram com fãs do Brasil todo, BA, MG, MT, ES, SC, RS, etc. Só uma palavra para descrever esse maravilhoso evento! GRATIDÃO!
ResponderExcluirShows incríveis do Taberna e Taverna e Faun maravilho, super carismáticos com o público, divertidos. Foi o presente do ano esse show!!
ResponderExcluirOs shows foram perfeitos demais <3
ResponderExcluirTem data para um proximo?
ResponderExcluirNão... foram apenas duas apresentações no Brasil, e infelizmente acho que vai demorar um tempo até eles virem de novo...
ExcluirMuito obrigado aos produtores que viabilizaram uma banda do tamanho do Faun no Brasil!
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