Olá Medievalistas!
Meu nome é Paulo Castelli
(32), moro em São Paulo, sou Jornalista e Professor de História (exerço as duas
profissões) e sou um amante da Idade Média, período inclusive que é tema do meu
mestrado.
Sempre tive muita
curiosidade sobre o período medieval antes mesmo de iniciar a faculdade de
História, a produção cultural, textos e porque não as batalhas medievais que
sempre inspiram filmes, livros e teatro sempre foram pra mim um conteúdo rico
de descobertas e que indiretamente está ligado nos dias atuais.
Imagem: Pixabay
Nos meus artigos, você
sempre encontrará processos históricos que marcaram a Idade Média e fico à
disposição dos leitores para receber dúvidas, críticas, comentários e sugestões
de tema para esse espaço através do meu e-mail no final desse.
Neste meu primeiro artigo
quero especificar os conceitos da Idade Média e desmistificar o rótulo vindo dos
renascentistas como “Idade das Trevas”. No primeiro momento vale destacar que a
definição de Idade Média é dada em relação a outros períodos, pois “média” é
aquela que fica no meio, simplificando, foi denominada por esse nome por ficar
entre a Antiguidade e a Idade Moderna.
Porém, é preciso analisar
com mais frieza e longe da visão dos pensadores renascentistas. Após o
Renascimento, o prestígio da Idade Média foi recuperado no século XIX pelo
Romantismo, onde o período medieval era considerado pelos românticos a época
que aconteceu a verdadeira integração entre os seres humanos e a natureza, e as
relações eram mais espiritualizadas.
Imagem: Pixabay
Os críticos relatam que as
pessoas da Idade Média eram tristes, mas em uma breve pesquisa podemos observar
que é bem ao contrário, suas festas eram cheias de cores e envolviam todos na
cidade, eles inventaram o carnaval. Refletiram sobre o drama popular (teatro,
discussões e filosofia) que estava adormecido há mais de mil anos.
E o que mais devemos à Idade
Média? Podemos falar sobre o seu sistema de ensino e as universidades que foram
idealizadas nesse período e tornaram possíveis as trocas de conhecimentos e
experiências entre várias cidades da Europa Ocidental e também com os Árabes,
proporcionando estudos sobre a Matemática, Direito, Filosofia e Teologia.
Na arquitetura temos grandes
exemplos contra o discurso de que Idade Média era ignorante: ferreiros,
pedreiros, carpinteiros, pintores, escultores, vidraceiros ajudaram a fazer as
mais belas construções que enfeitam a Europa como as Igrejas Góticas e Castelos
com cores e luzes impressionantes que podemos observar em “selfies” tiradas por
viajantes ou em álbum de fotos em diversas redes sociais.
E a arte? Observando a
Antiguidade, homens medievais produziram obras admiradas até hoje como a Divina
Comédia de Dante, Os Contos de Canterbury, publicados por Geoffrey Chaucer, as
pinturas de Giotto.
Imagem: Pixabay
E as musicas tão celebradas
em nossas festas? Os medievais inventaram as notas e harmonias ocidentais.
Homens livres medievais como frades, construtores, membro da justiça focados em
um bem comum fundaram escolas, orfanatos e hospitais.
Com toda essa produção de
conhecimento e estruturas, a Idade Média poderia ser muito bem descrita como
“Era Brilhante”. E será nesse sentido que trarei um novo texto toda semana, vou
abordar estudos, processos históricos, personalidades e mitos que rodeiam a
Idade Média e, claro, ótimas dicas de leituras que com certeza enriquecerá seus
conhecimentos sobre esse período.
Para quem procura saber mais
sobre a Idade Média e confirmação das informações aqui encontradas, recomendo o
livro “Em Busca da Idade Média", de Jacques Le Goff, que na minha opinião
é o melhor historiador medievalista que já existiu. Sempre tenho ótimas
análises de seus livros quando recomendo aos meus alunos.
Até a próxima!
PAULO CASTELLI
Jornalista e Professor de História
pcastellipress@gmail.com
Vale ressaltar o livro do Huizinga em O Outono da Idade Média.
ResponderExcluirBom texto do prof. Castelli
Obrigado por colaborar, Luiz.
ExcluirGrande abraço!