segunda-feira, 18 de abril de 2016

Resenha do II Jantar Medieval da Ordo Draconis Belli: parabéns aos Dragões Guerreiros!

Fotos por Sergio Scarpelli

Hail, amigos medievalistas!

Foto por Sérgio Scarpelli

Começo a escrever esta resenha logo depois de acordar, ainda com o gosto de cerveja na boca, as músicas da noite na cabeça e um pouquinho de dor nas canelas de tanto dançar. Estou falando do II Jantar Medieval da Ordo Draconis Belli, o evento realizado na noite de sábado, 16 de abril de 2016, em comemoração ao quinto ano de existência do grupo. Foi uma noite sensacional, divertida e marcante, a Ordo está de parabéns pelo aniversário e pelo evento. Os ingressos custaram entre R$ 90,00 e R$ 110,00, dependendo do lote, e valeram cada centavo.

Dhyana e Guilherme, integrantes da Ordo e organizadores do evento - Foto por Sérgio Scarpelli
Pra quem não sabe, a aniversariante Ordo Draconis Belli é um grupo de combates medievais de São Paulo/SP – veja aqui o nosso artigo contando um pouco da história e da proposta do grupo. O nome do grupo, em latim, pode ser traduzido para algo como Ordem dos Dragões Guerreiros.

O evento aconteceu novamente no espaço Villa Society, em Socorro/SP. Você podia ir com seu próprio veículo (havia bastante espaço de estacionamento no local, sem custo) ou ingressar num dos ônibus fretados oficiais do evento (R$ 50,00, ída e volta), que saíram do metrô Carandiru em São Paulo, que foi o meu caso e uma acertada escolha, pois pude beber à vontade e capotar no ônibus na volta. Houve também caravanas independentes vindas de outros lugares, inclusive do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

O clima é familiar, muitos convidados levaram os pequenos pra curtir também - Foto por Sérgio Scarpelli
Um dos ônibus da caravana oficial quebrou no meio da estrada a caminho do evento, mas a situação foi rapidamente resolvida e todos chegaram a tempo de curtir o evento, ninguém ficou para trás.

O primeiro ponto positivo a ser comentado: o tempo, graças aos deuses, colaborou. Quem foi ano passado sabe que a chuva forte atrapalhou bastante, mas este ano o tempo estava firme e seco. Não tão frio quanto os usuários de peles e capas poderiam ter desejado, mas quem é medievalista no Brasil já está acostumado a derreter um pouquinho a cada evento – esse acaba sendo o custo das indumentárias mais elegantes e elaboradas.

Nessa altura do ano, as peles servem apenas para enriquecer o visual mesmo - Foto por Sérgio Scarpelli
Chegando no local, já fomos recebidos por uma agradável vista do lugar preparado. À esquerda da entrada, uma grande feira medieval, e no meio dela uma arena preparada para batalha campal e para as apresentações de luta que aconteceriam mais tarde, bem como a arena de arquearia. À frente, o espaço coberto, com o palco para as apresentações musicais, os bares (havia dois) e as mesas onde seriam servidas as comidas. E a música cativante do duo Olam Ein Sof, já posicionados no palco, proporcionava a ambientação perfeita para quem chegava ao evento. A apresentação do Olam contou também com a performance da dançarina colombiana Laura Gutierrez.

O duo Olam Ein Sof - Foto por Sérgio Scarpelli
O pessoal da Ordo podia ser visto trabalhando em todos os setores da festa: na tenda da entrada fazendo a conferência dos convidados, na feira, nos bares, ou simplesmente correndo de um lado pro outro, garantindo que tudo desse certo.

No início da noite, uma fila considerável se formou nos bares, mas o pessoal trabalhou rápido e a fila logo se dissipou, e pelo resto da noite foi bem tranquilo pegar bebida. Você podia usar a caneca promocional dada pela Ordo para quem comprou ingresso, ou usar seu próprio copo, caneca ou horn (chifre) de qualquer tamanho – então se você tivesse um horn grande e respeitável, podia enchê-lo no bar e passar menos vezes por lá.

Das 20h às 02h, foi tudo open bar de chopp, vinho e sucos. Aliás, um dos pontos mais positivos do evento, na minha opinião: o chopp servido era da Quinta do Malte, uma cervejaria lá de Socorro mesmo. Eu não conhecia antes do evento, mas achei a qualidade muito boa e enchi meu horn várias vezes durante a noite. O hidromel Triple Horn (marca pertencente a alguns membros da Ordo) não estava incluído no open bar, mas estava disponível para venda – R$ 40,00 a garrafa.

Não alimente os Trolls!!! - Foto por Sérgio Scarpelli
O jantar também começou a ser servido às 20h. A entrada foram caldos de cenoura e ervilha acompanhados de pão, e logo depois foram servidos os queijos, frutas, carnes (porco e frango), além de mais pães e antepastos (berinjela, homus, ricota e azeitona). Tudo com fartura, pra guerreiro comilão nenhum botar defeito.

Mesmo não estando tão frio, era bacana sentar em volta da fogueira - Foto por Sérgio Scarpelli
No espaço da feira medieval, estava disponível para os convidados a prática de batalha campal (lutas com armas medievais feitas de espuma), organizada pelo grupo Fyrdraca Swordplay, a um preço bem módico: R$ 1,00 por pessoa.

Arena de Swordplay - Foto por Sérgio Scarpelli
O espaço de arquearia foi novamente organizado pela Uybassy Arquearia, onde qualquer um podia dar 3 tiros por R$ 7,00 e concorrer a alguns prêmios, dependendo da habilidade.

Prática de arco e flecha disponibilizada por Uybassy Arquearia - Foto por Sérgio Scarpelli
Havia também um ferreiro da Ordo fazendo pequenas demonstrações de forja ao ar livre, e o estúdio Aces Tattoo estava presente, fazendo pequenos desenhos nos convidados.

Demonstração de forja com Fabio Souza, membro da Ordo Draconis Belli - Foto por Sérgio Scarpelli
Pequenas tatuagens na hora por Aces Tattoo - Foto por Sérgio Scarpelli
A segunda apresentação musical foi de Christian Cavalera, com suas canções solo na viela de roda (Hurdy Gurdy), um instrumento medieval de corda friccionada (ou seja, da família do violino) que no final do século XX voltou a ganhar popularidade. Christian é filho do músico Igor Cavalera (um dos fundadores e ex-baterista da banda brasileira de Trash Metal Sepultura).

Christian Cavalera e sua viela de roda - Foto gentilmente cedida pelo blog All My Stuff (allmystuff.com.br)
A seguir, entrou em cena a dançarina Samya Kenda, que em suas performances faz uma mistura de diversos estilos: danças do ventre, dabke, cigana, indiana e tribal fusion. Em sua apresentação no Jantar, Samya interpretou duas canções irlandesas: Sally Gardens e The Congress Reel.

A dançarina Samya Kenda - Foto por Sérgio Scarpelli
E então o palco foi tomado pela banda paulista Barbaria, com sua sonoridade heavy metal e suas letras sobre piratas, rum e pilhagem.

Banda Barbaria, neste momento com participação especial de Daniel Felipe, vocalista da banda Lothlöryen - Foto por Sérgio Scarpelli
Um dos momentos mais animados da noite foi quando começou a apresentação do Draumur, grupo paulistano de danças medievais e renascentistas palacianas. Boa parte do público do evento se concentrou na área da feira para assistir interpretações modernas de danças históricas, e no final participar de uma grande dança conduzida pelos integrantes do grupo. As danças performadas na apresentação foram Dance of the Celts, Sauté, Saltarello, Fayre Thee Well, Glory Reel, Koddeddans e, por último, Strip the Willow com a participação do público.


Apresentação do grupo de danças medievais Draumur - Foto por Sérgio Scarpelli
Perto do fim, os guerreiros da ordem aniversariante dos dragões de guerra tomaram conta da arena no meio da área da feira para sua bela apresentação de técnicas de combate medieval, enchendo o ambiente com o som do choque violento de aço, madeira e couro.


Igor Landine e Thyago Marcondes, durante a apresentação de luta da Ordo - Foto por Sérgio Scarpelli
E pra fechar a noite com chave de ouro, a apresentação do Taberna Folk! Uma parte das pessoas, já cansada e de barriga cheia, pegou cadeiras e sentou para assistir a apresentação. Mas bem na frente do palco ainda havia quem tivesse energia sobrando pra pular e dançar com o som dos taberneiros. O repertório da noite foi interessante, com bastante músicas de tradição irlandesa, tais como Drunken Sailor, Some say the devil is dead e Rocky road to Dublin, além de uma bela interpretação da canção Lady in Black, da banda britânica de hard rock Uriah Heep.

Dança animada ao som do Taberna Folk - Foto por Sérgio Scarpelli

Taberna Folk com o público, após apresentação - Foto por Sérgio Scarpelli
Enfim, foi um evento que provavelmente atendeu às expectativas de seus 500 convidados.

Parabéns pelo quinto aniversário, Ordo Draconis Belli, e parabéns pelo segundo Jantar Medieval realizado com sucesso. Que o grupo tenha ainda muitos aniversários e que o evento seja cada vez maior e melhor.

E você, leitor do Cena Medieval, esteve lá também? Deixe sua opinião sobre o evento aqui nos comentários!

*Todas as fotos deste artigo foram fornecidas por Sérgio Scarpelli, fotógrafo oficial deste e de vários outros eventos medievais, com exceção apenas da foto da apresentação de Christian Cavalera, que foi gentilmente cedida pelo blog All My Stuff.

Veja também:

Ordo Draconis Belli, um artigo contando um pouco da história e proposta do grupos de combates medievais de São Paulo/SP

Fotos do Primeiro Jantar Medieval da Ordo Draconis Belli (2015), por Sergio Scarpelli

Vídeo do evento feito pelo pessoal do Spirit Folk, na 8ª edição de seu canal FolkCast

Um comentário:

  1. Eu gostei bastante do evento, adorei a resenha, não tenho críticas ao evento, só acho que deveriam anotar o nome das crianças que bebem, dão dor de cabeça e não deveriam deixar entrar no próximo. Frequento os jantares a 7 anos e é lamentável ver esses novos apreciadores que não tem controle do que bebe.

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