Um frio digno de fim de inverno
marcou a noite do dia 22 de Agosto em Itapecerica de Serra, onde aconteceu a
sexta edição do Noites Bárbaras. Para enfrentar as baixas temperaturas, os
convidados da festa se agarraram às suas capas e peles, se aconchegaram perto
das várias fogueiras, ou aqueceram os corpos dançando.
(fotos por Fernanda Meneze e Dado Rocha)
Um esclarecimento é necessário: o
anacronismo é um elemento comum da cena medieval brasileira. Mesmo quando o
evento tem uma temática mais específica, a mistura de visuais e representações
acaba sendo bastante heterogênea. E de todos os eventos da cena, o Noites
Bárbaras é provavelmente o mais anacrônico. Tudo é permitido: elfos, fadas,
vikings, celtas, templários (e outros cavaleiros...), piratas, magos, etc., e
até um dragão chinês vermelho nadando no lago. Justamente por isso o nome do
evento não remete a uma época específica, mas às noites memoráveis que todos
juntos podem comemorar.
No início do evento houve a
apresentação principal da Tailten, banda de música tradicional irlandesa
formada por alguns integrantes do clã celta carioca Oenach na Tailtiu (o mesmo
responsável pela organização da festa homônima, que aconteceu no último final
de semana de julho).
Impossível não se animar com o
som: música animada e descontraída, boa pra dançar e aquecer o corpo contra o
frio da noite.
A seguir, o espaço em frente ao
palco foi o campo de batalha para algumas competições de cabo de guerra, com
direito a participação dos pequenos bárbaros mirins no final.
Mais uma apresentação artística: a dança do grupo feminino Nomadic Tribal Fusion.
Houve também uma demonstração de
HEMA (Historical European Martial Arts), conduzida pelo presidente da Associação
Paulista de Esgrima Antiga Ars Proeliaris, Filipe De Zanatta, que deu algumas
explicações sobre a atividade e narrou um duelo amigável de espada longa de
duas mãos entre Rodrigo Esteves (campeão da competição de HEMA no primeiro Torneio Medieval Anno Domini) e Rafael Raposa, membros da APEA Ars Proeliaris e do Grupo Lvminvs de Estudos Medievais, respectivamente.
Depois, veio a apresentação do
Taberna Folk, com seu variado repertório de temas tradicionais medievais,
celtas e germânicos, além de algumas canções mais modernas que evocam
sentimentos épicos, tais como trilhas sonoras de filmes, ou até uma bela
interpretação de The Bard’s Song, clássico da banda alemã Blind Guardian.
Sobre as duas apresentações
musicais da noite, um fato curioso: em um aspecto, o Taberna e a Tailten são
opostos. Enquanto a Oenach na Tailtiu é um evento que originou a banda Tailten,
o Taberna Folk é uma banda que originou um evento, o Jantar Medieval do TabernaFolk – veja como foram as edições desse ano dessas duas festas: resenha daOenach na Tailtiu 2015 e resenha do VII Jantar Medieval do Taberna Folk).
Com o término da apresentação do
Taberna, o palco se apagou, mas a festa continuou ainda por algumas horas, e a
banda Tailten fez uma session mais intimista, pra quem quis ver, dentro da
taberna onde eram distribuídas as comidas.
Quanto ao banquete, havia pão, queijos,
batatas escabeche, berinjela, ovos cozidos, pernil de porco e uma sopa de
legumes quente, muito bem vinda no frio da noite.
As bebidas (cerveja e sucos)
foram vendidas separadamente (R$5,00 o copo de cerveja e R$3,00 o de suco).
Por fim, para quem queria comprar, havia diversos
expositores de produtos artesanais, como Hersir Store e Adit Medieval (entre
outros).
Mais fotos:
Organizadores do evento:
Fabiano Losker
Ricardo Molina
Elisa Dias
Felizmente, tem Noites Bárbaras todo ano, e agora nos resta esperar a sétima edição, que deve acontecer em agosto de 2016 (obviamente, incluiremos no nosso calendário, tão logo seja anunciada).
Se você esteve na edição desse
ano, deixe um comentário contando o que achou do evento.
Até a próxima!
Foi sensacional, mto bem organizada, como sempre! Mas senti falta de mais bandas, como foi no ano passado. Tudo considerado, evento nota 9,9!
ResponderExcluirFoi ótimo. Esperando pela sétima edição.
ResponderExcluirPelos 2 comentários que li aqui, não parece se tratar do mesmo evento que fui, me desculpem. Ou então fui no evento errado.
ResponderExcluirApós o fiasco do ano passado, mal organizado e sem preparação alguma ou qqr plano B para a chuva, resolvemos dar uma chance.
Pontos a favor: A neblina que tomou conta do espaço, as bandas (muito boas) e no máximo o cabo de guerra... mas faltaram atrações. A demonstração com espadas foi legal, mas breve demais; A dança tribal foi legal, mas breve demais; Arco e flecha que você só podia atirar 1 flecha por pessoa? Numa distância enorme na qual você nem conseguia ver o alvo? E aquele dragão chinês? Como assim?
Pagar R$95 reais sem incluir a bebida é realmente um valor MUITO salgado para comer só batatas, berinjela e MORTADELA em cubos. Carne mesmo só um PÃO FRANCÊS com pernil (não querendo comparar, mas em outros eventos da cena medieval os organizadores pelo menos se dão ao trabalho de oferecer pães melhores e COM CERTEZA MUITO MAIS CARNE, QUEREMOS CARNEEE!!! QUEREMOS FICAR BÊBADOS DE CAIR sem beber Itaipava por 5 reais um copinho!).
Não é à toa que o público vai diminuindo pouco a pouco.
ORGANIZAÇÃO, hora de pensar menos no lucro e mais nos seus convidados!!!!!!!
Cara, obrigada pela sua resenha, sinceridade é tudo.
ExcluirEu fui no do ano passado e achei o pior evento da cena medieval do país. Pelo visto, esse ano foi o mesmo lixo, então eu nunca mais cogito gastar meu dinheiro com o Noites Bárbaras.
Este ano não estive presente neste evento, devido ao ano passado que deixou muito a desejar, o valor estava muito caro e nem sempre as bebidas são de boa qualidade.
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